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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Em Ceará Mirim professores ameaçam greve, contra o impostor municipal.

Depois de briga e confusão na Câmara, professores ameaçam greve em Ceará-Mirim

A sessão plenária da Câmara Municipal de Ceará-Mirim, da última quinta-feira, terminou em briga e confusão. Cerca de 200 manifestantes acompanharam a votação do projeto de lei, enviado pelo Executivo, que criava o Plano de Cargos e Carreira para os professores da cidade. Após a aprovação da matéria, o tumulto só foi contido com a chegada da Polícia Militar. Agora, a categoria planeja iniciar o ano letivo em meio a uma paralisação.
O movimento de protesto ao projeto foi organizado pelo Fórum Contra a Opressão Social e Política, órgão composto por integrantes de vários Sindicatos. O grupo rejeitava o Plano de Cargos porque este não havia sido discutido com a categoria. O maior questionamento sobre a matéria era o fim da promoção automática para os professores, que precisariam passar pela análise de desempenho para conseguir o benefício.
“A desatenção da Prefeitura para com a educação é muito forte. Ele (Antonio Peixoto) não presta contas para o setor, não responde a nossos ofícios. O tratamento dele tem sido exatamente este, com truculência e autoritarismo”, desabafou Ana Célia Siqueira, membro do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, responsabilizado o prefeito Antonio Peixoto (PR) pela confusão.
A sindicalista se referiu as agressões sofridas pelos manifestantes na Câmara de Vereadores. Insatisfeitos com a aprovação do projeto, por sete votos favoráveis e dois contra, os manifestantes invadiram o plenário da casa para protestar. Neste momento, a Guarda Municipal e a Polícia Militar foram acionadas para reprimir o movimento.
A estudante Lamia Nogueira, representante do movimento estudantil dentro do Fórum, foi uma das agredidas. “Os policiais começaram a empurrar e, ainda dentro do plenário, bateram com o cacetete nas minhas costas e depois na altura do estômago. Já fora da Câmara fui imprensada na porta e, no chão, fiquei sem conseguir respirar”, relatou.
Lamia precisou ser atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e foi trazida para o Hospital Walfredo Gurgel. Após receber alta, a manifestante não teve direito a receber seu laudo médico. Segundo foi informada, o documento só poderia ser entregue com a autorização policial. A medida impediu Lamia de denunciar as agressões.
Os protestos do Fórum movimentam Ceará-Mirim desde o ano passado. Um outro projeto da Prefeitura, que concedia a uma empresa financeira gerenciar os recursos do município, também virou alvo de protestos do grupo e, acabou sendo engavetado.
Agora, o movimento vai convocar os professores da cidade para não iniciar o ano letivo. A greve seria usada para protestar contra o projeto. “Quem precisa fazer emendas é a categoria, não um certo grupo de vereadores”, finaliza Ana Célia.

Versão oficial

O prefeito de Ceará-Mirim, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que lamentava o episódio ocorrido na Câmara Municipal da cidade, mas acrescentou que não abre mão da avaliação por desempenho, para conceder promoções aos professores municipais.
“O prefeito jamais daria qualquer orientação a polícia para atuar contra quem quer que seja. A convocação da polícia é da Câmara e o uso do efetivo policial foi feito para garantir os trabalhos do legislativo. Querer acusar o prefeito é mais uma inverdade”, divulgou a assessoria.
O órgão informou ainda que a matéria foi, sim, objetivo de discussão, mas que os representantes dos sindicatos não aceitaram a promoção feita por avaliação. “A Prefeitura não abre mão que o servidor seja avaliado pelo seu desempenho”, completou. A assessoria fez questão de enfatizar ainda que “lamenta os excessos verbais praticados por sindicalistas contra o prefeito”.

Fonte: Jornal de Hoje - 30 de janeiro de 2010

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