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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

QUEM É CULPADO PELAS ENCHENTES?

O Haiti (também) é aqui


Não é difícil percebermos que trabalhador sofre em qualquer lugar. O Haiti é mais uma demonstração, pois a falta de infra-estrutura de emergência, de estradas, de rede de saúde e distribuição de alimentos elevaram o número de mortos do terremoto a 230 mil. As "Forças de Paz" da ONU garantiram a segurança dos ricos de lá enviando soldados armados com fuzis, cacetetes e granadas ao invés de médicos, enfermeiros, remédios e alimentos para viabilizar o mínimo de cuidado ao povo pobre.
Tanto lá como aqui percebemos que as maiores vítimas dos desastres naturais sempre são os trabalhadores e quem realmente se preocupa e se solidariza com as vítimas são também os trabalhadores. A cidade de São Luis do Paraitinga, no interior de São Paulo, por exemplo, foi devastada pela chuva e está se reerguendo graças ao apoio dos trabalhadores de outras regiões.

Para as empresas: ajuda do Estado. Para as vítimas das enchentes e deslizamentos: a culpa pelas desgraças

Enquanto as grandes empresas e multinacionais sempre contaram com a ajuda do Estado através de anistia de impostos e financiamento a juros baixo que garantem sua lucratividade, os trabalhadores vítimas de enchentes e deslizamentos são responsabilizados pelos desastres, acusados de entupir os bueiros e de ocupar áreas de riscos como se fossem por lazer, acabam na prática a arcar sozinhos com o custo das desgraças e quando tentam mostrar sua indignação são duramente reprimidos pela polícia, como foi o caso do protesto em frente à Prefeitura de São Paulo que acabou em pancadaria e repressão contra as vítimas de enchente. Como se não bastasse toda a dificuldade porque passam os trabalhadores, a mídia insiste em tentar nos dividir entre quem mora na favela e quem não mora, quem é culpado e quem não é, jogando-nos uns contra os outros para fugir do debate real da causa das enchentes, muito mais profundo que isso.
Cada Prefeito e Governador joga a culpa nos outros e nunca faz nada frente a um problema que se repete a cada ano, não estão dispostos a enfrentar o problema pela raiz. Só quebrando a atual lógica do lucro na ocupação urbana e no modelo de transporte poderemos ter ações eficazes para combater as enchentes e deslizamentos e minimizar seus efeitos. Caso contrário, continuaremos com as ruas entupidas de carros, pagando impostos para que se construa mais avenidas, pontes e viadutos, impermeabilizando a cidade com concreto e asfalto e sendo empurrados para ocupar áreas de riscos ou ainda tendo áreas que antigamente eram seguras e livres de enchentes agora tomadas pelas águas.
Há milhares de imóveis vazios nas grandes cidades enquanto trabalhadores vivem em áreas de risco e distantes do trabalho. É necessária uma reforma urbana para racionalizar o uso do solo e a ocupação urbana, portanto é preciso:
1º - Expropriar os imóveis ociosos e colocá-los à disposição dos trabalhadores;
2º - Um grande plano de obras que viabilize a construção de moradias populares;
3º - Fim de financiamento público para condomínios de luxo e a utilização dessa verba em moradias populares;
4º - Indenização pública a todas as vítimas de enchentes e deslizamentos;
5º - Casa para quem perdeu a casa nas enchentes e deslizamentos
6º - Isenção de todos os tributos para as vítimas de alagamentos e desmoronamentos;
7º - Por um plano de obras públicas que priorize o saneamento e a despoluição de rios e lagos;
8º - Investimento em transporte público de qualidade que priorize o modelo de transporte coletivo;nContra a repressão e a criminalização dos movimentos das vítimas de enchentes.

fonte: Espaço socialista (espsocialista@yahoo.com.br)

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